A definição da data inicial do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal teve um gostinho de vitória para as famílias Marinho, Civita, Frias e Mesquita, bem como para o PSDB e o DEM. A aliança entre esses impérios de comunicação e partidos políticos tateia, há quase uma década, em busca de um feitiço que lhes permita recuperar o poder perdido.
De 2002 para cá, ainda que tenha conservado o poder de interferir na agenda pública, a direita midiática perdeu o poder sobre a definição de políticas públicas e de utilização de verbas. Com isso, apesar da manutenção da influência, na prática o que partidos e órgãos de imprensa perderam foi, simplesmente, dinheiro.
Em termos eleitorais, o julgamento do mensalão é uma benção para essa força política decadente. É possível sonhar com uma devastação eleitoral e de imagem não só do PT, mas, sobretudo, de Luiz Inácio Lula da Silva, que, nos últimos dez anos, converteu-se no carrasco das forças conservadoras ao, não se limitando a vencer eleições, gerar vitórias eleitorais de seus correligionários.
Contudo, por mais que a marcação da data do julgamento do mensalão revele suscetibilidade do STF às pressões midiáticas, existe uma possibilidade imensa de a vitória de hoje se transformar em derrota amanhã. Isso porque o julgamento inteiro do mensalão depende da condenação inequívoca de um só dos seus 38 acusados: José Dirceu.Blog da Cidadania
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