Passar uma tarde em Itapuã não é mais um programa tranqüilo como cantaram Vinícius de Moraes e Toquinho. O bairro é o mais barulhento de Salvador em 2011, com 581 reclamações de poluição sonora de janeiro a maio.
Quarenta anos depois da canção que imortalizou Itapuã como lugar sereno e de natureza exuberante, a urbanização acelerada pôs fim ao romantismo do bairro, que nasceu como colônia de pescadores, a 20 km do centro de Salvador. Praia de Itapuã na região do farol
Itapuã hoje padece de problemas estruturais como saneamento precário, violência e barulho. Dados da Prefeitura de Salvador mostram que o bairro lidera o ranking da poluição sonora na cidade em 2011, subindo na lista após um terceiro lugar no ano anterior, quando registrou 1.243 queixas de barulho. Reclamações de excesso de som de carros, residências e bares somam 80% dos casos.
“Se existe um bairro onde carros de som não têm lei é aqui em Itapuã. E as pessoas têm que ficar caladas, senão apanham”, afirma o filósofo Raimundo Gonçalves, 53 anos, líder comunitário no bairro. A Prefeitura de Salvador se defende e diz que coíbe a poluição sonora.
“Se existe um bairro onde carros de som não têm lei é aqui em Itapuã. E as pessoas têm que ficar caladas, senão apanham”, afirma o filósofo Raimundo Gonçalves, 53 anos, líder comunitário no bairro. A Prefeitura de Salvador se defende e diz que coíbe a poluição sonora.
A fama de bairro inseguro é corrente entre moradores de Salvador a ponto de ter ensejado uma adaptação local para a letra de Vinícius: “Passar perrengue (dificuldade) em Itapuã, ser assaltado em Itapuã”, é um trecho da paródia.
“De Vinícius em Itapoã só sobraram a praça e a casa”, diz o taxista Pedro Paulo de Menezes, 39 anos, nove no bairro. E até a casa que foi do poeta em Itapuã perdeu o romantismo – construída em 1974, hoje faz parte de um hotel e só pode ser visitada por hóspedes que podem pagar R$ 230 pela diária em um dos quartos.Leia mais
“De Vinícius em Itapoã só sobraram a praça e a casa”, diz o taxista Pedro Paulo de Menezes, 39 anos, nove no bairro. E até a casa que foi do poeta em Itapuã perdeu o romantismo – construída em 1974, hoje faz parte de um hotel e só pode ser visitada por hóspedes que podem pagar R$ 230 pela diária em um dos quartos.Leia mais
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