Quem voltava para São Paulo pela rodovia Carvalho Pinto na tarde deste domingo e cruzava no caminho com vários comboios da Polícia Militar poderia pensar qualquer coisa, menos que aquela tropa com 2 mil policiais, 220 viaturas e cem cavalos tinha acabado de despejar de suas casas, em São José dos Campos, cerca de 1.600 famílias de uma antiga ocupação conhecida por Pinheirinho.
Deixaram para trás, 6 mil pessoas sem moradia, onze feridos, 16 manifestantes detidos, carros, casas, lojas e prédios públicos incendiados, uma praça de guerra. Os confrontos ainda não terminaram até a hora em que começo a escrever, como acabo de ler no noticiário aqui do R7. Durante a madrugada, houve mais saques e incêndios, novas prisões.
Mais uma vez, em São Paulo, um crônico problema social, como este da moradia, foi tratado como caso de polícia. A área disputada havia oito anos possui 1,3 milhão de metros quadrados e pertence à massa falida do investidor Naji Nahas, que tem dívidas de R$ 1,5 milhão com a Prefeitura de São José dos Campos, administrada por Eduardo Cury, do PSDB.
Por trás dos confrontos entre moradores e policiais, travaram-se ali outras duas disputas de caráter político e jurídico, envolvendo as esferas estaduais e federais dos dois poderes.Aqui no Blog do Balaio
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