Por Altamiro Borges em seu blog
Aécio Neves, o “candidato óbvio” do PSDB às eleições presidenciais de 2014, adora criticar o apadrinhamento em cargos públicos e tagarelar sobre meritocracia. Quem conhece a realidade de Minas Gerais sabe que isto é pura balela. Agora, porém, seu discurso melou de vez. O Estadão divulgou grampos da Operação Monte Carlo que comprovam que, atendendo aos pedidos do ex-demo Demóstenes Torres, ele ajudou a nomear uma prima do mafioso Carlinhos Cachoeira ao governo mineiro. A matéria é de Fausto Macedo:
“Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado para uma prima do empresário [o Estadão ainda insiste neste rótulo] do jogo de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima do bicheiro, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de Diretora Regional da Secretaria de Estado de Assistência Social em Uberaba”.
Tráfico de influência e apadrinhamento
Ainda segundo o jornalista, “do pedido de Cachoeira a Demóstenes, até a nomeação de Mônica, bastaram apenas 12 dias e sete telefonemas”. Para a Polícia Federal, as escutam confirmam o tráfico de influência e o apadrinhamento político. “Seguem ligações telefônicas, divididas por investigado, em ordem cronológica, que contém indícios de possível cometimento de infração penal por parte de seus interlocutores ou pessoas referidas”, afirma o relatório da PF.
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