quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Procuram-se professores de democracia

O governador Geraldo Alckmin declarou que os estudantes que a Polícia Militar prendeu após retirar da Reitoria da USP estariam precisando de aulas de democracia. Em vez de entrar nos méritos da presença ou não da polícia na Cidade Universitária, aqui será analisada essa declaração do governador de São Paulo.

Para tanto, comecemos pela ótica da autoridade constituída. Não se pode negar que a organização social e política do Brasil obriga à aceitação de regras que podem ser resumidas a uma, básica, de que o poder que emana das urnas tem que ser aceito por todos, mesmo pelos que discordam da decisão eleitoral da maioria.

Provavelmente, Alckmin se referiu ao poder legítimo e constitucional que governadores têm de nomear reitores de universidades públicas, de que sejam alinhados à visão de quem nomeou e de que, assim, tomem medida completamente dentro de suas alçadas como a de pôr a polícia na USP.

As ponderações podem até ser conduzidas no âmbito de tais cânones democráticos, mas as nuanças políticas, ideológicas, sociais e culturais não podem ser desprezadas.

O aprendizado de democracia também falhou com Alckmin. Sua decisão monocrática afetou não só aos alunos, mas a todos os que transitam pela USP, sejam do corpo discente, sejam do corpo docente, sejam funcionários. Todos têm direito de opinar. Trata-se de uma questão de Segurança Pública, não de Educação.

Ganhar uma eleição não dispensa o eleito de ouvir a sociedade. Vejam essa questão da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os votos que Dilma ou Lula receberam não os dispensaram de discutir a execução da obra, sobretudo com os que serão imediatamente afetados. Por isso, incontáveis debates foram travados.Leia mais no Blog da Cidadania

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